Favelas 20: moradores debatem questões do saneamento em parceria com G20
Criada para apresentar demandas para o G20 Social, fórum destaca acesso precário à água e saneamento como problema histórico das comunidades
Publicado em 25 jul 2024
Escrito por Equipe IAS
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O G20 Brasil realizou uma parceria com a iniciativa Favelas 20 (F20) para divulgar conteúdo produzido por comunidades e periferias sobre temas como mudanças climáticas, acesso a saneamento básico e combate às desigualdades. O Favelas 20 é um fórum de debates que tem o propósito de apresentar demandas para o G20 Social.
O Brasil ocupa atualmente a presidência do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo. A reunião de cúpula do grupo está marcada para 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro.
Desde o início de julho, o site G20 Brasil conta com um espaço de notícias dedicado a notícias e artigos criados por moradores de favelas e áreas periféricas. Segundo o Favelas 20, “as matérias serão produzidas dentro das favelas, a partir da realidade e olhar de quem vivencia o território em seu cotidiano”.
“O objetivo do F20 é fazer a população da favela participar da tomada de decisão. A gente quer incluir muito mais a favela nos debates locais, regionais e especialmente globais a partir do que acontece dentro dela. Vamos levar a favela para as discussões globais”, aponta Gabriela Santos, diretora executiva do Voz das Comunidades.
O F20 é dividido em cinco grupos de trabalho (GTs):
1. Combate às Desigualdades, Pobreza, Fome e Promoção da Saúde Mental.
2. Acesso à Água Potável, Saneamento Básico e Higiene Pessoal.
3. Combate à Crise Climática e Promoção da Transição Energética Justa.
4. Combate ao risco de desastres naturais.
5. Transformação, Inclusão Digital e cultural.
O evento de lançamento do F20, em 8 de julho, contou com um painel sobre os “Desafios enfrentados pelas favelas no acesso à água, saneamento e higiene”. Na ocasião, Rayane Pereira, da Ação Cidadania e moradora da Baixada Fluminense, destacou as deficiências de municípios da região, como Belford Roxo, que tem apenas 0,3% de cobertura de saneamento básico.
Já a geógrafa Rejane Ferreira tratou de problemas históricos enfrentados pelas favelas, que são piores em áreas de morro. Ela lembrou que a falta de sistemas adequados de esgotamento sanitário contribui para contaminar águas pluviais que chegam aos rios.
No Brasil, 3% da área urbana total está em regiões de risco; nas favelas esse percentual vai para 18%. A cada 100 hectares de favela que cresceu no país entre 1985 e 2022, 16,5 foram em áreas de risco, de acordo com dados do MapBiomas.
O fortalecimento dos serviços de água potável, saneamento e higiene (resumidos na sigla WASH) também foi destacado em um Chamado à Ação da Reunião Ministerial de Desenvolvimento do G20, realizada entre 22 e 23 de janeiro no Rio de Janeiro.
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