Rádio Novelo: um plano inédito para salvar o aquífero mais utilizado do Brasil

O aquífero Guarani, segundo maior do Brasil (e do mundo) está em risco.

Publicado en 25 Jul 2023

Escrito por Por el equipo IAS

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Imagem ilustrativa com logo do podcast Radio Novelo Apresenta

Aquíferos são reservas de água subterrânea, geralmente formadas a partir de rochas porosas capazes de reter a água da chuva que se infiltra pelo chão. No caso do Aquífero Guarani, responsável por abastecer uma parte do estado de São Paulo, são cerca de 160 trilhões de litros acumulados. Mas toda essa imensa, e aparentemente infinita, reserva de água está ameaçada. 

A história de como um grupo de pesquisadores pretende salvar o aquífero encarregado de levar água potável a mais de 15 milhões de pessoas é tema do episódio 35 do podcast Rádio Novelo apresenta. O jornalista Vitor Hugo Brandalise conta como o hidrogeólogo Ricardo Hirata, professor de Geologia da USP e chefe do Observatório do Futuro da Água, desenvolveu um projeto com o objetivo de transformar o Aquífero Guarani em um modelo de preservação e reposição de águas.

Ainda na década de 1980, quando Ricardo Hirata começou a estudar o Aquífero ao lado de sua mentora, a geóloga Rosa Beatriz Gouvêa, as águas subterrâneas começaram a ser cada vez mais exploradas no Brasil. Uma conjunção de fatores, como o avanço da tecnologia de perfuração e bombeamento de água, a intensificação da poluição e do assoreamento dos rios e o crescimento das cidades, impulsionaram esse movimento. 

Em meados dos anos 2000, Ricardo Hirata percebeu que mesmo o Guarani, um aquífero gigantesco, que se estende por quatro países – Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai – estava começando a secar. Era um sinal de alerta, em especial para a região noroeste do Estado de São Paulo, onde estão cidades como Ribeirão Preto e Bauru. Ribeirão Preto é 100% abastecida pelo Guarani. Já em Bauru, 70% da água vem do aquífero. 

Agora, um grupo de trabalho formado por representantes de 11 instituições e do poder público está engajado em desenvolver formas de repor a água do Aquífero Guarani, inclusive utilizando um outro aquífero da região, o Aquífero Bauru. Um projeto que, além de ser pioneiro no mundo, tem o diferencial de não envolver nenhum gasto de energia em sua execução.