A situação do saneamento nas capitais que têm Segundo Turno

Ao todo, 52 municípios com mais de 200 mil habitantes foram para o 2º pleito; veja indicadores das capitais e de cidades paulistas

14 capitais de estado terão segundo turno (Bruno Peres/Agência Brasil)
14 capitais de estado terão segundo turno (Bruno Peres/Agência Brasil)

O segundo turno das Eleições Municipais é uma oportunidade excelente para que aconteçam discussões mais aprofundadas e qualificadas sobre temas importantes da cidade. Ao todo, 52 municípios com mais de 200 mil habitantes foram para o 2º pleito.

Desde o primeiro turno, o IAS defende que as pautas relacionadas à água e saneamento, incluindo as questões relacionadas às mudanças climáticas, tenham prioridade nas campanhas e debates, uma demanda tornada mais urgente diante dos dramáticos eventos de 2024, como a estiagem na Amazônia e as enchentes no Rio Grande do Sul. 

Em agosto, lançamos a publicação “Municípios e saneamento nas eleições 2024 Por uma agenda municipal de saneamento básico e segurança hídrica”, com o intuito de ajudar candidatos e eleitores a tomarem conhecimento das condições de saneamento básico e segurança hídrica de seus municípios.

O material apresenta um conjunto de ações que prefeitos e legisladores podem incluir em suas ações de forma a mitigar situações como falta de abastecimento e episódios de inundações e emergências. As ações incluem implementação de políticas municipais de defesa civil, manutenção dos sistemas de drenagem urbana e preservação de córregos e nascentes.

Infelizmente, o que observamos em muitos dos debates e campanhas país afora durante o primeiro turno foi a ausência total ou parcial desses tópicos, até mesmo em cidades que sofreram diretamente o efeito de enchentes ou estiagem em anos recentes. 

Mais uma chance para a pauta

Entre as capitais brasileiras, 14 cidades foram para a segunda etapa da votação, incluindo Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Manaus (AM), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO) e São Paulo (SP).

Seus indicadores de acesso aos serviços de saneamento básico apresentam grandes variações. Se em Belo Horizonte o abastecimento de água abrange toda a população, em Porto Velho quase 60% não são atendidos por esse serviço. 

No caso do esgotamento adequado, há números ainda mais impressionantes em termos de deficiência: Belém tem 80% da população fora da rede de atendimento e Porto Velho, 90%. 

Já quando o recorte é a parcela de domicílios que estão sujeitos a inundação, Manaus e Campo Grande lideram negativamente com as maiores proporções de áreas sob risco. 

Veja o infográfico abaixo para comparar os índices das capitais brasileiras que terão segundo turno nas eleições. 

São Paulo no detalhe

O estado de São Paulo concentra 18 das 52 cidades brasileiras que foram ao segundo turno. Com exceção de São José do Rio Preto, todas estão localizadas em Regiões Metropolitanas ou Aglomerações Urbanas, arranjos que a princípio podem compartilhar estruturas e estratégias para questões de Saneamento e Segurança Hídrica. 

O infográfico abaixo detalha essas cidades e indica as estruturas regionais às quais fazem parte. Em complemento aos indicadores das capitais do Brasil, o IAS também olhou para os números das 18 cidades do estado de São Paulo que foram para a segunda etapa da eleição municipal. 

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