Conferência da Água aborda necessidade de informações e recursos para recuperar sistemas hídricos
Publicado em 23 mar 2023
Escrito por Equipe IAS
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Confira os principais destaques da participação da delegação brasileira e do IAS na Conferência sobre a Água da ONU
O Instituto Água e Saneamento (IAS) acompanhou a participação do governo brasileiro no diálogo “Clima, Resiliência e Meio Ambiente”, que aconteceu nesta quinta-feira (23), na programação oficial da Conferência sobre a Água da ONU, em Nova York.
Esse foi o segundo dia do evento. Em sua fala, o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), João Paulo Capobianco, enfatizou a conexão entre água e clima e reforçou o compromisso do governo brasileiro com o desmatamento zero até 2030 e seu impacto para a proteção das águas e do clima no país. Salientou, ainda, a importância da conservação das águas estar integrada às discussões e compromissos das Conferências do Clima (COP).
Durante o encontro, representantes dos países membros da ONU abordaram a necessidade de troca de informações e aporte de recursos para proteger e recuperar os ecossistemas hídricos, para minimizar os riscos de eventos extremos provocados pelas mudanças climáticas.
Primeiro dia
A Conferência sobre a Água foi oficialmente aberta, na manhã desta quarta-feira (22), na sede das Nações Unidas, em Nova York, pelo seu secretário-geral António Guterres. Duas crianças foram chamadas para representar um chamado à ação.
Até a próxima sexta-feira (24) representantes de governo, sociedade civil e empresas discutem e buscam soluções para desafios relacionados à água, sobretudo como um direito humano.
Entre os dados divulgados, estão que, em 2020, 2 bilhões de pessoas ainda não usavam água potável gerenciada com segurança. Outras 771 milhões não usavam serviços básicos de água potável. Quase metade da população mundial (3,6 bilhões de pessoas) ainda despeja seus dejetos sem tratamento, o que é uma ameaça à saúde humana e ambiental.
O IAS acompanhou o Diálogo Interativo sobre acesso a serviços de água e saneamento, incluindo os Direitos Humanos ao abastecimento de água segura e ao esgotamento sanitário. Vários países apresentaram o que estão fazendo e as dificuldades para assegurar esses direitos.
Questões como mudanças climáticas e refugiados têm intensificado os problemas relacionados ao acesso à água. A participação das comunidades e populações tradicionais tem sido reforçada como fundamental para a busca de soluções.
Como acelerar a participação de mulheres no manejo das águas foi o tema do Side Event acompanhado pelo IAS, na tarde de quarta. O evento abordou maneiras de melhorar as práticas e dar escala às iniciativas de inclusão das mulheres nessa área.
Entre os temas abordados, estavam questões como o impacto da ausência de água na saúde menstrual das mulheres e as situações de perigo pelas quais passam mulheres e meninas ao sair para buscar água. Globalmente, estima-se que mulheres e meninas sejam responsáveis pela coleta de água em oito em cada 10 domicílios sem água local.
Durante o evento, a diretora da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Carolina Argolo, apresentou a Plataforma de Talentos Mulheres pelas Águas, da ANA, usada para a inclusão de mulheres no manejo das águas.
No final da tarde, o diretor de campanhas da Avaaz, Diego Casaes, entregou a Capobianco um abaixo-assinado com 560 mil assinaturas pedindo ao governo brasileiro que garanta o Direito Humano à Água. A entrega aconteceu com a presença de várias organizações da sociedade civil brasileira que participam da Conferência, entre elas o IAS, representado por Mariana Clauzet, responsável por Redes e Parcerias do Instituto.
À noite, a diretora-executiva do IAS, Marussia Whately, participou do evento “A Justiça Começa Aqui – Com Responsabilidade”, organizado pela Sanitation and Water for All (SWA), rede da qual o Instituto faz parte. Na ocasião, Maru encontrou Jack Sim, fundador World Toilet Organization e criador do Dia Mundial do Banheiro, em 19 de novembro, que o IAS promove anualmente no Brasil.